Tomar comemorou, no passado dia 1 de março, 862 anos da sua fundação. Foi dia de falar no passado, no presente e no futuro, mas foi também dia de falar na situação difícil que o mundo vive devido à guerra na Ucrânia, tendo os representantes dos diversos partidos na Assembleia Municipal de Tomar, abordado esta realidade que a todos afeta.
Depois das cerimónias na Praça da República com hastear das bandeiras e deposição de flores na estátua de D. Gualdim Pais, as comemorações do Dia da Cidade prosseguiram com a sessão solene da Assembleia Municipal, no Cine-Teatro Paraíso.
Dando início às intervenções da sessão, o presidente da Assembleia Municipal de Tomar, Hugo Costa, referiu-se à pandemia que alterou as nossas vidas e o nosso quotidiano e dirigiu uma palavra aos familiares das pessoas que não sobreviveram à Covid-19 e a todos quantos sofreram devido às dificuldades económicas. Hugo Costa lamentou também a situação vivida atualmente com a guerra na Ucrânia, uma guerra “condenável, sem sentido”, dirigindo também palavras ao povo ucraniano e à comunidade ucraniana em Tomar.
Apesar desta realidade que vivemos, considera o presidente da Assembleia Municipal que “temos de planear o futuro e Tomar tem de aproveitar a oportunidade do novo Quadro Comunitário de Apoio e o Plano de Recuperação e Resiliência, tendo atenção à dimensão ambiental nas diferentes vertentes, tendo em atenção a poluição nas bacias hidrográficas”. Falou ainda na proximidade, “palavra chave para qualquer eleito local”.
Na sua intervenção, a presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, disse que o município celebrou, esta semana, um protocolo com o governo a fim de acolher em Tomar refugiados ucranianos.
Salientando que “vivemos tempos estranhos”, Anabela Freitas falou da pandemia, cujas “marcas perdurarão no tempo, em especial na vida em comunidade e sem esquecer as crianças e jovens, em idade de socializar, que se viram privadas de serem crianças e jovens”.
Relembrando outros discursos do passado, recordou o de 2020, no dia 1 de março, em que afirmou que “as batalhas a travar no século XXI não eram batalhas bélicas e de conquista de territórios, no entanto, enquanto comemoramos este dia, estamos a assistir a uma batalha de componente bélica e de conquista de território”, lamentando ainda que “outras batalhas se têm travado desrespeitando a dignidade humana”. Por isso, tal como na pandemia em que “se acudiu aos mais vulneráveis e vai-se continuar a cuidar das consequências deixadas na comunidade, também agora devemos cuidar dos mais vulneráveis, vítimas da guerra, por isso Tomar está disponível para acolher refugiados oriundos da Ucrânia”, acentuou. (…)
Uma notícia para ler na íntegra na edição impressa de 4 de março.