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Manuel Jorge Valamatos: “Tenho mais do que razões para que tenha vontade de me recandidatar”

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Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes e presidente da CIM Médio Tejo, esteve, no passado dia 4 de setembro, no programa da RCT, TomarLugar, numa conversa para se conhecer melhor quem é, a pessoa, o cidadão. Licenciado em Educação Física, foi professor, treinador de futebol, dirigente associativo em várias instituições. É também presidente da direção da TAGUSVALEY, da Assembleia Geral da VALNOR e do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Abrantes.

– Quem é a pessoa, o cidadão Manuel Jorge Valamatos?

Eu sou muito conhecido por “Neo” em Abrantes e em muitos lados, pelos amigos, família, até existem histórias de as pessoas questionarem quem é o Manuel Jorge Valamatos, porque me conhecem por “Neo”, nome que nasce comigo desde a infância, porque o meu irmão mais velho chamava-me isso e foi ficando e eu gosto que me tratem por “Neo”. Eu posso dizer que tive uma vida simples, normal, o que importa para mim é merecer o respeito e a consideração das pessoas.

– Como foi a sua juventude?

Eu sou de uma família de Abrantes, mais propriamente do Rossio ao Sul do Tejo, agora União de Freguesias de S. Miguel do Rio Torto. Os meus pais eram os dois professores, na data, no Tramagal, o meu pai no ensino secundário e a minha mãe no 1.º ciclo. Quando nasci, e porque eram os dois professores no Tramagal, eu vivi durante um ano no Tramagal, depois fui para Vale das Mós, onde estive até aos seis anos e depois voltámos para o Tramagal, numa altura em que o meu pai foi trabalhar para Lisboa, para a Verbo. Os meus pais, com o meu avô paterno, construíram casa no Rossio ao Sul do Tejo, onde sempre vivemos. Atualmente, a minha mãe está num lar no Vale das Mós. Depois da Covid-19 ficou muito sozinha, porque os filhos todos têm a sua vida, mas está muito bem cuidada.

– Foi na juventude que começou a sua ligação ao desporto?

Eu sempre tive uma ligação fortíssima ao desporto, andei no judo, natação, futebol e, na altura, não havia tantas oportunidades ao nível do desporto como hoje. No nosso tempo estávamos condicionados a meia dúzia de atividades desportivas. A minha paixão começou por volta dos dez/onze anos com o futebol, joguei no Sporting de Abrantes, nos escalões de formação, mais tarde nos séniores nos clubes de Abrantes, em Alvega, Bemposta, Pêgo, tive uma relação de proximidade com o Futebol5 e de salão, no final da carreira estive no futsal. A minha vida sempre foi ligada à atividade física, ao desporto. Na data, os meus pais não achavam muita piada de eu ir para desporto na universidade, tinham receio.

– Na data, havia mais a visão do desporto de competição ou do pedagógico?

A minha licenciatura tem a ver com o ensino, enquanto professor tenho sempre mais ligação com a formação, os valores e princípios, não é que a competição não tenha, mas eu tenho mais a ver com o processo educativo. Nunca tive vontade de treinar equipas séniores, sempre treinei os escalões de formação no Benfica de Abrantes, depois no União Desportivo Rossiense.

– Entretanto, também passou pelo associativismo…

Antes de entrar no ensino superior, aos 16 anos, fiz parte de um grupo de jovens que criou o Clube Desportivo Os Patos, no Rossio, uma associação, hoje com dinâmica relevante no judo, futsal, canoagem…, um clube de referência na região. Isto foi o começo do associativismo e da relação com a comunidade. Depois, quando acabei o curso, continuei ligado ao associativismo, enquanto também treinador, ligado a vários clubes, a várias direções, aprendendo a viver em comunidade.

– E a política, quando é que surge? Eu nunca pertenci, nem nunca fui filiado em nenhum partido político, tinha, até, alguma aversão a falar de política. No entanto, há cerca de 23 anos, o Nelson Carvalho, presidente da câmara na data (3.º mandato), de forma inesperada, convidou-me para a equipa e, naquele momento pensei, ‘esquece, não tenho vida para isso’. Mas depois, influenciado pelos meus amigos e familiares, acabei por aceitar o convite. Nesse meu primeiro mandato estive dois anos como adjunto do Nelson Carvalho, pois, nas eleições, o PS ganhou, mas só elegeu quatro candidatos e eu ia em 5.º, pelo que fiquei dois anos como adjunto e depois, com a saída de um dos vereadores, eu entrei e fiquei como vereador do desporto. Foi uma altura crítica, no bom sentido, em Abrantes, era necessário consolidar a presença do estádio municipal, era preciso dinamizar a pista de atletismo, o campo n.º 1, o campo n.º 2, foi, também, quando se começaram a fazer as piscinas cobertas, era preciso criar uma dinâmica. Quando entrei na câmara na área do desporto, tínhamos quatro ou cinco pessoas a trabalhar em dois pavilhões e, passados dois anos, tínhamos uma divisão criada com cerca de 30 pessoas a trabalhar, entre auxiliares, técnicos e alguns técnicos superiores que começaram a surgir na data. Houve aqui uma mudança, ganhando-se uma dinâmica incrível. O Nelson Carvalho foi buscar-me numa altura em que ele entendeu que era importante trazer alguém da área do desporto porque até então, os outros vereadores não estavam ligados a esta área.(…)

Entrevista na íntegra na edição impressa de 27 de setembro

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