O Comandante dos Bombeiros do Município de Tomar, Humberto Morgado, esteve no Jornal/Rádio Cidade de Tomar, onde fez um balanço do ano 2023, falou dos elementos, da sua formação, dos equipamentos e da necessidade de um novo quartel num futuro próximo.
– Como é que foi o ano de 2023 para os Bombeiros do Município de Tomar?
– Em 2023 registaram-se bastantes ocorrências, tivemos cerca de 4239 emergências pré-hospitalares, 259 assistências à população, 182 a nível de acidentes rodoviários e outros associados, 105 incêndios urbanos em termos de habitações e industriais, 102 incêndios rurais, ou pelo menos a participação, aqui neste caso há muitos não só no concelho, mas também fora, depois tivemos 67 conflitos legais, 62 compromisso estruturas e mais algumas assistências, nomeadamente prevenções.
– A formação continua a ser uma aposta forte quer dos atuais, quer dos novos bombeiros?
– Nós temos a sorte de termos aqui três entidades principais, que são a Escola Nacional de Bombeiros, a Escola do Regimento de Sapadores de Bombeiros e também o próprio INEM, mas mesmo assim não chega. No final de 2023, a autarquia custeou um curso de Tripulante de Ambulância de Socorro, ou seja, não é só uma questão de obrigação legal, mas também de preparação e uma formação mais elevada para andar nas ambulâncias de socorro. Foram 12 os elementos que terminaram e estão agora a fazer o seu estágio nas ambulâncias. O curso tem uma carga de 210 horas e depois são mais cinco turnos em termos de ambulância e até mesmo em termos do CODU, para verem como é que funciona, ou seja, essa foi também uma grande aposta o ano passado. Outro curso também diferenciador foi a nível de Aeródromo para atuar no Heliporto do Hospital de Tomar. Depois temos as outras formações que são gratuitas, ou seja, pelo INEM, também com cursos de Tripulantes de Ambulância de Socorro, ou pela Escola Nacional de Bombeiros, que fizemos diferente, com Cursos de Salvamento em grande ângulo, ou seja, com cordas, de resgate, Cursos de Condução Defensiva em termos rodoviários, aqui para tentar diminuir os acidentes. Estes são cursos gratuitos, mas vão surgindo, não quando nós queremos, mas consoante a disponibilidade da Escola Nacional de Bombeiros ou Escola de Sapadores dos Bombeiros de Lisboa. Estas formações foram as principais que fizemos o ano passado, mas também, os bombeiros acabam, fora do seu horário normal de serviço, por participar em workshops. Temos um elemento que foi ao Porto, com os melhores do país, participar num workshop de busca e resgate em estruturas colapsadas, uma coisa bastante técnica, na qual nós também temos uma equipa especializada. Nós temos tentado ao máximo rentabilizar, é difícil porque os elementos já são poucos para o serviço e temos de rentabilizar em termos de serviço e disponibilidade para a formação e aí agradeço a disponibilidade que eles têm. A nível do voluntariado, não é só na parte dos sapadores, os bombeiros voluntários também têm feito essas formações, que referi anteriormente, inclusive, estamos a terminar um curso para quatro estagiários de bombeiros voluntários onde já tiveram formação de socorrismo, de desencarceramento, de incêndio florestal, ou seja, as técnicas base.
– Qual o número de efetivos, sapadores e voluntários?
– Neste momento estamos com 74 elementos, dois dos quais são o Comandante e o Sub-Comandante. A nível da parte ativa, temos 44 bombeiros sapadores e 28 voluntários.
– Qual é a diferença entre os bombeiros sapadores e os voluntários?
– Existem duas carreiras e o Corpo de Bombeiros do Município de Tomar tem essas duas carreiras, a de bombeiro sapador e a de bombeiro voluntário. O bombeiro sapador tem uma remuneração, é uma profissão como um polícia, um GNR, em que têm uma formação base de 1100 horas, seis meses de formação e depois mais seis meses em contexto de trabalho e esse bombeiro sapador é um bombeiro profissional especializado em todas as áreas do socorro. O bombeiro voluntário tem uma formação de 250 horas. A diferença tem a ver com a formação e depois as horas que fazem, como é óbvio. Todas as formações estão abertas como para uma carreira como para outra, diferencia principalmente na questão da formação inicial e de progressão, mas acaba por ser isso, uma é remunerada, a outra não é remunerada e a base da formação é diferente. Em qualquer uma das carreiras, os bombeiros têm de ter 18 anos para entrarem. No caso dos sapadores vai até aos 25 e no caso dos voluntários pode ir até aos 35/40 anos para entrar. (…)
Entrevista na íntegra na edição impressa de sexta feira, 12 de janeiro de 2024