Os ilusionistas, Solange Kardinaly e Arkadio José, estiveram, no passado dia 16 de agosto, à conversa com Carlos Gonçalves, no programa Tomarlugar, da Rádio Cidade Tomar. A arte da magia para cativar e surpreender o público, a dedicação ao espetáculo, resultado de muito trabalho e determinação na melhoria dos momentos mágicos, na busca incessante do perfeito e de novos números, que fazem deste trabalho, em que o risco existe, sobre a linha do imaginário sobrenatural, fascinante. O percurso de vida, de Solange&Arkadio, hoje um grupo de mágicos de nível mundial, que vive aqui bem perto, em Vila Nova da Barquinha, entre nós, para o mundo.
– A Solange vem de uma família da área do circo e da magia. Com que idade começou a gostar desta área?
Solange – Eu comecei a atuar com a minha família com quatro anos, aparecia, desaparecia, ajudava na pista, era algo que os mais pequenos fazem para se irem habituando ao público. Mas, desde aí, nunca mais parei. Aos 8/9 anos comecei a fazer magia na escola, na semana cultural, levei a minha cadela para a escola e fazia-a aparecer e desaparecer. Depois comecei a fazer magia geral, alguns números e, mais tarde, com dez anos, montei um número e ganhei um prémio num festival internacional que decorreu aqui em Portugal, depois, daí para a frente, foi sempre a continuar.
– As ilusões que fazem são feitas com cuidado para que possam resultar?
Solange – Sim, desde sempre tive cuidado em não revelar o segredo. Nunca revelei nada. Esta sempre foi a minha paixão, podia ter uma família ligada à magia e eu não gostar, mas não, à medida que comecei a crescer, comecei a querer aprender cada vez mais, a ensaiar manipulação, que é uma das áreas mais difíceis da magia, através da qual fazemos aparecer e desaparecer objetos, só com as mãos, com habilidade, sem ter nenhum tipo de caixa a esconder algo.

– E foi aprendendo com quem?
Solange – Primeiro com a família, depois com o meu padrinho, Rui Texas, padrinho da magia, e que é mágico na Madeira. Ele passou para mim todo o respeito que tenho pela arte da magia. Esta arte não é só uma forma de ganhar dinheiro, é por amor que fazemos, é uma paixão, é algo que gostamos de verdade e é isso que transmitimos ao público.
– Estas coisas da magia não vêm nos livros?
Solange – Também vêm, a maior parte dos truques, por exemplo, de cartas, a magia geral, vem em livros, embora se usassem mais antigamente do que agora. Cada mágico tem as suas técnicas. O Arkadio começou assim, ele não vem de famílias ligadas à magia, mas tinha paixão pela magia porque, uma vez, viu um mágico e gostou tanto que quis aprender e começou por livros e depois a reunir-se com outros mágicos em Espanha, país onde há mais mágicos do que cá. Em Espanha cada cidade tem um grupo de mágicos. (…)
Entrevista completa na edição impressa de 25 de agosto.