A viagem turística na linha da Beira Baixa, realizada no passado sábado, resultou de uma organização conjunta das autarquias do Entroncamento, Vila Velha de Ródão, Águeda e o Museu Ferroviário do Entroncamento.
Recebidos na estação do Entroncamento, aguardava-nos o comboio que os anos e a modernização tornaram museu, carruagens à moda antiga, bancos largos e de napa, portas que se abrem à mão.
Silvo da partida no ar, arranca o comboio, calmo, como quem toma balanço, andando, passa por Vila Nova da Barquinha ainda esta acorda sonolenta, vê-se o Tejo em maré baixa, casas e casinhas com telhados à mão de se tocarem, o histórico castelo do Almourol, a “Caima”, estações do Tramagal, de Abrantes, de Alferrarede. A partir daqui predominam as encostas vestidas de amarelo, fruto das giestas em flor.
Depois da barragem do Fratel, o Tejo navega com o leito mais cheio até Vila Velha do Ródão. Momento especial nas Portas do Ródão, simbolismo de onde a fronteira com a Espanha espreita e estreita, saudações de braços no ar das embarcações da Confraria Ibérica.
Paragem em Ródão onde a exposição “Rails do progresso” mostra ilustrações de Bordalo Pinheiro a uma viagem, em 1891, entre Sintra e Covilhã, quando o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia demoraram três dias com paragens em todas as estações e apeadeiros. Então era progresso, agora é turismo.
Por fim, Castelo Branco nos aguardava, nesta viagem onde se andou e cantou sempre com o Tejo ao nosso lado.