Com mais ou menos impacto, o vírus chegou a todos os cantos do mundo. Como tal, procuramos obter um testemunho de um tomarense que esteja a viver fora e que nos descrevesse o ambiente nesse país, em tempo de pandemia. Publicamos um pouco da entrevista com Nuno Marques, que vive na Noruega. Leia a entrevista na íntegra na edição impressa ou na digital.
Perante a pandemia e o seu impacto nesse país, como é o ambiente em geral?
De acordo com os dados oficiais (8 abril 2020), a Noruega tem 6009 infetados, 250 internados e 101 mortes devido ao virus Covid-19. De uma maneira geral, posso afirmar que o ambiente é mais positivo e de algum otimismo quando comparado com outros países que muito têm sofrido com as consequências desta pandemia. Na Noruega, temos agora a maior taxa de desemprego desde a Segunda Guerra Mundial, com 301.000 desempregados no momento da redação deste texto. O Governo Norueguês tem implementado enormes medidas financeiras para que a economia não pare. Comparando com outros países, a Noruega possui consideráveis recursos financeiros. Já para não mencionar que o sistema de saúde na Noruega não corre o risco de pressão sobre o internamento hospitalar.
As medidas decretadas estão a ser cumpridas pela população?
Sim, as medidas decretadas pelo Governo da Noruega estão a ser cumpridas pela grande maioria. Aqui na Noruega, as medidas decretadas pelo Governo Norueguês não têm sido tão drásticas com em Portugal. Embora os jardins escolas e escolas ainda estejam fechadas (irão abrir gradualmente após a Páscoa), as pessoas têm ainda a possibilidade de ter uma vida normal, isto é, podem ir ás compras, sair para passear ou treinar. É preciso lembrar que a Noruega é um país bastante extenso e com uma população de apenas 5 milhões, o que ajuda bastante para continuar a ter uma vida normal dentro desta nova realidade. O mais importante é que as pessoas mantenham mais distância do que o habitual, e quando estão juntas, não é recomendado ter mais de cinco pessoas no total e devesse manter uma distância física de pelo menos dois metros entre as pessoas. É igualmente importante continuar a lavar as mãos com frequência.