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Tomar

“Celebremos o que une, não o que divide”

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O Partido Socialista de Tomar divulgou um comunicado sobre a Assembleia Municipal, que acontece esta tarde, para discutir uma “Análise Histórica do Golpe Militar do dia 25 de novembro de 1975”.

 Segundo o comunicado: “‘Celebremos o que une, não o que divide’, afirmou o Presidente da Câmara no seu discurso do último dia da Cidade. Em Tomar, o Município evoca várias datas ao longo do ano e, além do 1 de março, celebra cerimonialmente, apenas desde 2014, e já com a atual governação, o Dia da Liberdade, o 25 de abril. Isso não impede certamente que, existindo acordo prévio e com dignidade, se pudesse até a vir evocar outras datas, como a de hoje, o 25 de novembro – desde que nunca querendo dar-lhe a mesma importância dada ao dia que há 50 anos a sociedade portuguesa celebra, o Dia da Liberdade.

A política deve ter – tem de ter – momentos serenos de conversa, de acordo, fundamentais para quando se quer fazer algo que una. E os líderes políticos devem ter essa a capacidade de se sentar e obter essa serenidade que atinja consensos.

 Nada disso aconteceu mais uma vez. Apesar de a própria Assembleia Municipal ter já chumbado maioritariamente uma moção para celebrar o dia 25 de novembro, vem-se agora, de forma intempestiva, sobranceira, de afronta e nada querendo unir (antes pelo contrário), no decurso de uma assembleia apresentar um requerimento para esse efeito. A demonstração clara de que as intenções são apenas panfletárias e muito longe da tal dignidade que uma qualquer celebração abrangente devesse ter.

A atitude é de tal forma vincada e os atropelos tantos, que o PSD se prestou depois a enviar convites, tentando passar sub-repticiamente a ideia de algo que não existe. Não há nenhuma cerimónia, não há nenhuma comemoração agendada pelo Município.

 O que há é apenas, por via de um requerimento do PSD e do CDS, é uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Tomar, para discutir uma “análise Histórica do Golpe Militar do dia 25 de novembro de 1975”. Outros poderiam dizer, uma tentativa de reescrever a história.

Que fique claro, apesar das intenções de desunião serem claras quando 49 anos depois se quer, agora, dar destaque a esta data, não é essa data que está em causa para o PS em Tomar – até porque o PS e os seus líderes de então, a começar por Mário Soares, foram ao longo de todo esse processo fundamentais. Está sim a forma totalmente contrária ao espírito da Democracia e de tudo o já antes afirmado.

 Assim, após profunda reflexão, torna-se público que, com exceção do Presidente da Assembleia Municipal (por razões regimentais do próprio órgão) o Partido Socialista não marcará presença nesta sessão, em razão dos vários aspetos já fundamentados. E acrescentamos, o Partido Socialista em Tomar e no País, sempre defendeu uma visão integradora da nossa história democrática, onde o 25 de abril, o PREC e o 25 de novembro são peças de um mesmo processo histórico que culminou na consolidação da democracia portuguesa. Não aceitamos visões maniqueístas que pretendam reduzir este período complexo a narrativas simplistas de “bons” e “maus”.

O Partido Socialista de Tomar mantém-se firme na defesa de uma Democracia madura e inclusiva, onde o debate político se faz com elevação e respeito pela verdade histórica. Não pactuaremos com tentativas de instrumentalização política que em nada dignificam a memória dos tantos quantos lutaram pela liberdade e pela democracia plena em Portugal. A Liberdade deve celebrar-se sem tentativas de aproveitamento partidário e sem divisões artificiais entre democratas, que só favorecem precisamente os saudosistas de tempos anteriores.

 Para além da seriedade e elevação que devem existir na atividade política, algo é certo, números políticos à parte: há assuntos reais, todos os dias, para resolver na comunidade e é isso que a comunidade espera dos eleitos. E é nisso que o PS e os seus eleitos estão concentrados: trabalhar, trabalhar, trabalhar”.

PS Tomar

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