A Coordenadora da CDU de Tomar divulgou um comunicado referindo i seguinte: “Por iniciativa dos grupos municipais do PSD e do CDS-PP haverá, pela primeira vez, uma sessão invocativa do 25 de novembro na Assembleia Municipal de Tomar. A questão impõe-se: 49 anos volvidos do 25 de novembro de 1975, porque pretende agora a direita invocar tal data? Para a CDU, a resposta é clara. A invocação do 25 de novembro não é mais que uma estratégia de desvalorização do 25 de Abril, dos seus valores e conquistas, e uma distração dos reais problemas do concelho. Não é mais que um impulso tardio de ajuste de contas com a Revolução de Abril, que não está desligado do crescimento movimentos políticos e forças de caráter retrogrado, antidemocrático e fascizante na sociedade portuguesa. Desengane-se quem, por leitura do ponto único da ordem de trabalhos da sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Tomar, considerar que esta não é uma sessão comemorativa. Se nele se lê “Análise Histórica do Golpe Militar do dia 25 de novembro de 1975, no contexto da consolidação da democracia em Portugal” é porque o primeiro requerimento das bancadas do PSD e do CDS-PP que propunha a sua comemoração foi rejeitado. Afinal, o regimento da Assembleia Municipal não prevê sessões extraordinárias comemorativas além das relativas ao primeiro de março e ao 25 de Abril.
Em face do ponto único da convocatória, impõe-se uma outra questão: caberá aos eleitos municipais, a maior parte sem qualquer formação historiográfica, fazer uma “análise histórica” do 25 de novembro de 1975 ou de qualquer outro momento da nossa história? A Assembleia Municipal é um órgão do poder local que tem como funções fiscalizar, debater e apresentar propostas sobre os destinos do município, e celebrar as datas que lhe são verdadeiramente importantes, não é um congresso de historiadores. Quando a população do município se debate com problemas reais, referentes ao aumento do preço da água, à situação de insegurança vivida pelos trabalhadores da Temahome e suas famílias, à falta de transportes públicos ou ao envelhecimento da população, PSD e CDS-PP propõem uma Assembleia Municipal extraordinária com o objetivo encapotado de celebrar o 25 de novembro”.
A Coordenadora da CDU de Tomar