A Polícia de Segurança Pública (PSP) iniciou, no passado dia 14 de outubro, a operação “Bullying é para fracos”, em todo o território nacional. Esta operação, que decorre até dia 25 de outubro, abrange os estabelecimentos de ensino do 1.º ao 3.º ciclo, assim como do ensino secundário, envolvendo crianças e jovens dos 6 aos 18 anos de idade.
Durante o período da operação, a PSP, para além de levar a cabo ações de sensibilização sobre a temática do bullying e cyberbullying junto da comunidade escolar – direcionadas para alunos, pais/encarregados de educação, professores e auxiliares – irá também promover uma campanha de sensibilização nas redes sociais, com partilha de conteúdos que incidirão, essencialmente, na prevenção deste fenómeno e na forma como as pessoas podem auxiliar as vítimas deste tipo de crime e o próprio agressor.
No dia 20 de outubro assinala-se o Dia Mundial de Combate ao Bullying, mas a luta contra este fenómeno não se cinge a uma data isolada nem a um grupo restrito de pessoas, tratando-se sim de uma luta diária e constante, cuja responsabilidade cabe a toda a comunidade.
Bullying é um anglicanismo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por uma ou mais pessoas no contexto de uma relação desigual de poder, causando dor e angústia na(s) vítima(s). Muitas crianças e jovens têm de lidar diariamente com este problema suscetível de interferir, de forma negativa e com grande impacto, no seu crescimento físico, emocional e psicológico.
Num mundo cada vez mais digital, associado ao crescente recurso às novas tecnologias numa fase tendencialmente mais precoce da vida das crianças e jovens, o bullying tem assumido novos contornos, nomeadamente no domínio das redes sociais, onde se extingue a vertente física da provocação, ameaça, intimidação e agressão, passando a dar origem à vertente virtual, através do cyberbullying.
Este tipo de vitimização poderá ocorrer durante bastante tempo até ser notado e/ou denunciado, uma vez que é passível de ocorrer de forma dissimulada ou de ser desvalorizado. Tendo em conta que contribui de forma significativa para a degradação do sentimento de segurança, especialmente no seio da comunidade escolar, este fenómeno merece especial atenção por parte da PSP, razão pela qual constitui uma das nossas prioridades no âmbito da prevenção criminal.
Esta operação tem por objetivos: Aumentar o conhecimento sobre este fenómeno, capacitando a deteção precoce de situações desta índole; Fazer crescer o sentimento de intolerância e de rejeição para com as práticas de bullying; Fomentar a confiança nas capacidades da PSP, e dos demais parceiros neste contexto, para intervir e lidar eficazmente com o problema; Alavancar a atenção dos pais, educadores e outras testemunhas, aumentando a confiança na denúncia aos polícias da Escola Segura como forma de desencadear a resolução desta problemática.
No ano letivo 2022/2023, a PSP realizou 6.213 ações de sensibilização sobre bullying e cyberbullying, nas quais participaram 120.394 alunos. Só no último ano letivo foram realizadas mais de 6.600 ações, o que representa um aumento de 6,8% comparativamente ao ano letivo 2022/2023. No ano letivo 2023/2024, foram também sensibilizados mais alunos em comparação ao ano letivo anterior, observando-se um aumento de cerca de 10% (132.307 participantes).
Das 2.956 ocorrências criminais registadas pelas Equipas do Programa Escola Segura (EPES) no último ano letivo, 134 estão relacionadas com situações de bullying (4,5% das ocorrências totais) e 30 estão relacionadas com situações de cyberbullying (1% das ocorrências totais).
Neste contexto, a PSP transmite alguns conselhos aos pais/encarregados de educação, os quais devem também ser tidos em conta pela comunidade escolar e pela população em geral, consoante o seu papel de intervenção numa dada situação de bullying/cyberbullying.