Noventa por cento da população jovem masculina do país foi mobilizada para a Guerra do Ultramar, que causou cerca de 10 mil mortos e 20 mil inválidos entre os soldados e mais de 100 mil vítimas entre os civis que viviam nas colónias. As imagens da Guerra do Ultramar fazem parte da memória coletiva da sociedade portuguesa nas últimas décadas, pela sua divulgação em órgãos de comunicação social, exposições ou mesmo por razões de herança familiar. Não faltam testemunhos visuais vindos dos teatros de operações de um conflito que começou em Angola, mas que rapidamente se estendeu a outras colónias. Destes territórios, a Guiné foi considerado por muitos como um dos mais complicados palcos de conflito que as tropas portuguesas enfrentaram. Os militares combateram na Guerra de África (1961-1974), em defesa da Pátria, e Ferreira do Zêzere não tinha nenhum memorial às centenas de Ferreirenses que defenderam a Pátria. Alguns tombaram e pereceram nesta Guerra Colonial.
No dia 13 de junho de 2024, por iniciativa da Junta de Ferreira do Zêzere, foi inaugurado no novo Jardim do Combatente, á entrada da vila e junto à Rua Capitão Salgueiro Maia, um memorial que refere a Junta á extensivo a todos os que foram mobilizados e apesar de ser uma ideia e iniciativa da Junta e não da Câmara – o espaço é da Câmara Municipal que o cedeu. Nesta cerimónia de inauguração a presença de mais de uma centena de combatentes, do Núcleo da Liga dos Combatentes de Tomar, de forças militares do Presidio Militar de Tomar e seu comandante, do presidente do Núcleo Combatentes de Tomar- Tenente Coronel – João Paulo Carrondo; dos autarcas da Câmara e de algumas juntas de Freguesia do concelho. Coube ao vogal da Liga – neto e filho de ferreirenses do Mourolinho; o coronel na reserva Carlos Batalha da Silva usar da palavra; do presidente da Junta de Ferreira – Armando Cotrim, do Presidente da Câmara e da Assembleia Municipal. Foi uma cerimónia bonita e emotiva que terminou com um almoço oferecido aos combatentes da sua freguesia e pago pelos combatentes que se inscreveram do concelho; almoço esse no CRIFT de Ferreira. 50 anos após o 25 de Abril, com alguma polémica por a iniciativa não ser da câmara, mas de uma Junta de freguesia, Ferreira tem o seu memorial e passou a ter um espaço onde possam fazer as suas homenagens. “Esta aqui espalmado a valentia dos que partiram “referiu Armando Cotrim, num memorial benzido pelo padre Pedro Manuel Luís. A Liga dos Combatentes sente-se honrada referiu o coronel Batalha da Silva. “Os monumentos ou memoriais recordam seus heróis, avivam memórias, é um testemunho para os vindouros e louvo a iniciativa desta Junta de freguesia” referiu.
António Freitas