fbpx
18.5 C
Tomar

João Pinto da Costa: o artesão que vive a paixão pelo raku, por uma oficina ambulante e por criar instrumentos musicais em barro

Relacionadas

Concerto “Viver Abril” encerrou celebrações dos 50 anos de Abril em Tomar

O encerramento das celebrações dos 50 anos de Abril, em Tomar, no emblemático Cine-Teatro Paraíso Tomar, foi...

Politécnico de Tomar promove Curso Intensivo Misto dedicado à Gastronomia como Património Cultural

No âmbito do programa Erasmus +, o Politécnico de Tomar (IPT) realizou o Curso Intensivo Misto (Blended...

PS de Tomar assinalou os 50 anos de Abril

Cumprindo a tradição dos últimos 20 anos, a concelhia do PS de Tomar celebrou Abril, com a...

Rastreios ao cancro da pele e ao cancro oral na USF Santa Maria este sábado

No próximo sábado, dia 4 de maio, entre as 9h00 e as 18h00, na USF Santa Maria...

30.º Congresso da Sopa, o original, é já no próximo sábado, em Tomar

Parece que foi ontem, mas já lá vão três décadas desde que uma ideia simples com um...
Ana Isabel Felício
Comecei a trabalhar no Jornal Cidade de Tomar em 1999. Já lá vão uns anitos. Depois de sair da Universidade e de todas as dúvidas e dificuldades que surgem, foi-se construindo um caminho de experiência, com muitas situações, muitas pessoas, muitas aventuras e, claro, muito trabalho. Ao fim de todos estes anos, apesar de todos os percalços que a vida nos vai dando, cá estou, todos os dias a fazer o meu trabalho o melhor que sei, aprendendo com os que me rodeiam e também ensinando alguma coisa.

O mestre artesão João Pinto da Costa esteve à conversa com Carlos Gonçalves, no programa Tomarlugar da Rádio Cidade de Tomar, onde falou sobre trabalhar o barro e a sua importância como produto económico. O artesão, o seu trajeto de vida, social e profissional, que hoje dedica uma parte muito significativa à formação sobre essa arte, atividade que irá iniciar este ano letivo, também junto das crianças do 1.º ciclo do concelho de Tomar, através das AEC’s.

– Pode dizer-se que o João é um artista da olaria/cerâmica?

Não gosto que me chamem artista, prefiro mestre, pelo gosto que tenho de ensinar e de inovar. Não me vejo como artista, mais como artesão. Aliás, eu fiz um retrocesso no esquema da cerâmica, fui às bases, gosto de criar a partir das formas tradicionais, até pré-históricas. A cerâmica nasce da necessidade de se fazerem utensílios domésticos. Durante muitos anos a cerâmica que se via era loiça utilitária. À medida que vão surgindo outras peças de alumínio e de plástico, a cerâmica foi sendo substituída, daí hoje se centrar mais em peças decorativas.

– Como é trabalhar e sentir o barro?

O barro em si é terapêutico, mexer na terra é terapêutico. A parte criativa é muito importante, antes havia oleiros que só faziam um tipo de peça. A cerâmica engloba tudo o que seja feito com argila e há várias técnicas, a técnica da bola (adelgaçamento), a técnica da lastra (placa de barro) e a técnica do rolo (rolinhos de barro). Depois há a técnica de modelação em volume, há os efeitos a criar, há a cozedura, cujo nome da primeira cozedura é a chacota, depois temos as peças vidradas ou pintadas, é todo um circuito até termos a peça final.

– Já há alguém lhe encomendou uma peça única?

Já me pediram peças exclusivas e, nesses casos, tento perceber a ideia, faço um esboço, falo com a pessoa para chegar a um consenso e depois ponho em prática.

– O que faz na sua oficina na Carregueira?

Tenho um forno artesanal e trabalho uma técnica de cerâmica que é o raku, nome que se dá a uma técnica que é japonesa. O raku que fazemos no ocidente não tem nada a ver com o raku oriental. O raku aparece no Japão no século XVI, quando se dá a união das tribos feudais e está ligado à cerimónia do chá do Japão, o que envolve os trajes e os utensílios de chá. No Japão, o raku é feito por meia dúzia de mestres, só alguns têm esse estatuto. É um processo completamente diferente dos processos normais da cerâmica. Depois da primeira cozedura das peças – a chacota – as peças são vidradas e vão novamente ao forno e depois são tiradas do forno em brasa e depois há dois processos possíveis, ou o da redução ou o da oxidação. (…)

Perfil

Nasceu em Lisboa, há 69 anos, viveu em caldas da Rainha e há cerca de vinte anos, vive em Carregueira, Tomar, onde tem uma oficina de arte e de paixão, uma oficina onde se dedica, principalmente, à arte do raku e outras técnicas de modelação.

Carlos Gonçalves

Uma entrevista para ler na íntegra na edição impressa de 13 de outubro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

- Advertisement -

Últimas

Concerto “Viver Abril” encerrou celebrações dos 50 anos de Abril em Tomar

O encerramento das celebrações dos 50 anos de Abril, em Tomar, no emblemático Cine-Teatro Paraíso Tomar, foi...

Politécnico de Tomar promove Curso Intensivo Misto dedicado à Gastronomia como Património Cultural

No âmbito do programa Erasmus +, o Politécnico de Tomar (IPT) realizou o Curso Intensivo Misto (Blended...

PS de Tomar assinalou os 50 anos de Abril

Cumprindo a tradição dos últimos 20 anos, a concelhia do PS de Tomar celebrou Abril, com a habitual arruada com distribuição de...

Rastreios ao cancro da pele e ao cancro oral na USF Santa Maria este sábado

No próximo sábado, dia 4 de maio, entre as 9h00 e as 18h00, na USF Santa Maria de Tomar (rua da Nabância...

30.º Congresso da Sopa, o original, é já no próximo sábado, em Tomar

Parece que foi ontem, mas já lá vão três décadas desde que uma ideia simples com um nome perfeito, não só criou...

Mário Balsa é o candidato do PS no distrito às eleições Europeias

A Federação Distrital de Santarém do Partido Socialista congratula-se com a escolha de Mário Balsa para a lista candidata às próximas eleições...
- Advertisement -

Mais notícias

- Advertisement -