Músico, 37 anos, Bruno Gomes quebrou os 45 anos do poder social-democrata em Ferreira do Zêzere, nas últimas autárquicas, tendo vencido as eleições e concretizado, assim, um sonho que tinha desde adolescente: ser presidente de câmara.
Cidade Tomar – Tomou posse em outubro, já passaram mais de cem dias. Como tem sido desempenhar este novo cargo?
Bruno Gomes – Foram dias trabalhosos, muitas horas para poder estar dentro de todos os dossiers. De momento, estamos num processo de reorganização interna, de forma a passar de duas para quatro divisões, estamos só à espera que saia em Diário da República. Tenho tido um conjunto de responsabilidades sobre mim que me tem obrigado a passar muito tempo no município para que a câmara possa continuar a fluir. É um caminho que eu sabia que tinha de percorrer e obrigou-me estes três meses a ficar por dentro dos dossiers.
– Qual a sua experiência política. Que cargos já desempenhou?
– A política surge na minha vida porque tinha o desejo de dar o meu contributo em Ferreira do Zêzere. Sou um orgulhoso daquilo que temos para dar e tenho muito orgulho no meu concelho. Por isso, trabalhei durante estes vinte anos para poder dar o meu contributo, era um sonho de adolescência e fico contente por aquilo que programei ter corrido bem. Nestas últimas eleições sabíamos que era o tudo ou nada. O caminho foi feito de forma correta e felizmente correu bem. A minha experiência começou desde a liderança da Associação de Estudantes na escola secundária, fui líder da JS, líder da JS da Federação Distrital de Santarém, líder da Concelhia do PS, membro da Comissão Política Distrital do PS, integrei as listas para as segundas eleições, onde o engenheiro José Sócrates foi eleito, integrei a lista de deputados e, durante estes vinte anos, fui tendo sempre um acompanhamento muito grande em relação aos problemas do concelho e também da região. Por isso, acaba por ser normal eu ter sido o candidato. Há quatro anos, encarei aquela luta para podermos ganhar agora, se tivesse sido possível há quatro anos tudo bem, se não, sabíamos que estávamos numa posição primordial para ganhar o município agora. Entendo que temos muito mérito nesta vitória por causa do trabalho muito bem feito ao longo destes vinte anos.
– O resultado foi o esperado?
– Foi bom, tivemos 57 por cento, um grande resultado. Foram 45 anos do mesmo partido, nós fizemos o nosso trabalho e fico muito contente porque fizemos história, tenho muito orgulho da equipa que trabalhou ao longo destes vinte anos, com qualidades, escolhendo as melhores pessoas. Sinto-me honrado, orgulhoso da equipa que o PS tem, uma equipa de gente de qualidade que entendeu que este era o melhor momento para o PS ganhar as eleições e para dar o seu contributo.
– Nestes dias de mandato que já percorreu, alguma coisa já o surpreendeu?
– Todos os dias tenho uma pequena surpresa, todos os dias aparece um problema que acho que já deveria ter sido resolvido. Eu sou um democrata e gosto de responsabilizar as pessoas que trabalham comigo. Havia gente que dizia que eu não tinha pulso para liderar, o que lhes digo agora é que se eu não tivesse pulso para liderar, não seria nesta altura presidente da câmara. O meu intuito é que as decisões sejam sempre partilhadas e tomadas em consonância com todos, quero um município competente com responsabilidades descentralizadas. Infelizmente, tenho exemplos que me indicam que, no passado, isso não foi assim. Não é uma crítica, mas a minha forma de trabalhar é diferente. (…)
Uma entrevista para ler na íntegra na edição impressa de 11 de fevereiro.
Elsa Lourenço/Ana Isabel Felício (edição impressa)