Gracinda Maria Dias tem cinco livros com poesia da sua autoria
Gracinda Maria Dias tem 85 anos, feitos a 13 de setembro, e uma bonita história de vida. Nasceu no concelho de Ferreira do Zêzere onde viveu 31 anos, na freguesia de Chãos, tendo mudado para Alviobeira, Tomar, onde esteve 40 anos e, mais tarde, para a cidade de Tomar. Tem duas filhas, Fernanda e Almerinda, e sempre teve uma vida de muito trabalho, no campo e a tratar dos animais. Foi já depois de enviuvar que começou a escrever os seus versos, sendo que um dia alguém lhe disse que deveria escrever um livro. Mas não ficou pelo primeiro, contando-se já cinco publicações com poesia da sua autoria. Uma conversa dócil em dia de aniversário.
Tem 85 anos, mas é muito dinâmica…
Sempre fui decidida e, de certa forma, uma pessoa desenrascada. Já com mais de 70 anos, inscrevi-me como voluntária na Santa Casa da Misericórdia de Tomar. Estive lá seis anos e meio. Trabalhava dois dias por semana, ajudava no que fosse preciso. Dava comer, ajudava a pôr as mesas, fatiava o pão para o lanche e costurava.
Antigamente as meninas iam para a costura?
Eu bem queria, mas não me deixaram. Mas com 11 anos fiz um vestido sozinha, a minha mãe não sabia. Quando a via vir escondia-o debaixo da cama. Era um vestido para o luto de uma avó. Nesse tempo usava-se luto. Aprendi costura sozinha porque havia uma rapariga que era minha vizinha que sabia de costura. E para ir buscar um cântaro de água à cabeça, o caminho era mais perto pela porta dela, e passava pela casa dela e ia lá dar uma espreitadela. E assim fui aprendendo. E fazia a minha roupa e a das minhas filhas enquanto solteiras.
- Entrevista completa na edição que já está nas bancas