Dando continuidade às entrevistas aos candidatos à Câmara de Tomar, nas Autárquicas de 2021, leia, esta semana, na edição impressa, amanhã nas bancas, a entrevista ao candidato do CDS-PP, Fernando Caldas Vieira.
Cidade Tomar – Para quem não o conhece, quer falar acerca da sua ligação a Tomar?
Fernando Caldas Vieira – A minha família é de Santarém, mas quando eu nasci vieram para Tomar, na década de 50. O meu pai era diretor delegado dos Serviços Municipalizados e a minha mãe professora no Colégio Nun’ Álvares. Andei no Colégio João de Deus e, mais tarde, na escola primária na Várzea Grande. Mais tarde o meu pai foi trabalhar para o Castelo do Bode e mudámo-nos para lá. Foram os anos mais felizes da minha vida, pois na altura, as férias de verão duravam três meses e, no meu caso, foram passadas entre banhos no rio Zêzere e na piscina. Em 1973 fui para Lisboa para seguir os estudos, formei-me em Engenharia Eletrotécnica e depois arranjei emprego na Central do Carregado. Durante esses tempos, a vida que estabeleci por Lisboa não me trouxe muitas vezes a Tomar, mas há uns anos a vida mudou. Aposentei-me e passei a ter outra disponibilidade. A minha esposa também é tomarense, tem cá família e temos cá casa.
– O engenheiro já há muito que assiste, com algumas intervenções, nas reuniões de câmara. A política foi algo que sempre lhe interessou?
– Há alguns temas que me sensibilizaram e decidi intervir. Durante a minha vida profissional não houve espaço para a política, pois achei que devia dedicar-me ao meu trabalho, não é fácil conciliar tudo e nunca gostei de misturar as coisas, mas sempre me interessei. Até considero que todos somos políticos e participar, discutir e aparecer são direitos dos cidadãos. Mas nunca me filiei em nenhum partido. Lembro-me das vivências da juventude em que, entre 75 e 80, estudava no Técnico e foi uma época complicada, mesmo em relação ao exercício de liberdade até para estudar. Nas eleições democráticas para o Conselho Diretivo, as opções que tínhamos era ou o PCP ou a UDP. Mais tarde tive algum envolvimento na Juventude Centrista e nas listas da AD. No último ano da universidade, fui o representante dos alunos na lista do PSD/CDS para o Conselho Diretivo.
– Sempre foi, então, um homem de direita?
– Sim, as minhas posições sociais e de intervenção sempre estiveram mais próximas da direita. Nunca tive uma deriva de esquerda. Até como referência tenho os primeiros anos do professor Freitas do Amaral e não percebo a sua aproximação ao PS e ao governo de Sócrates. O que admiro num político é a sua coerência e tenho a certeza de que, dificilmente, concorro por outro partido em futuras eleições.
Ana Isabel Felício/Elsa Lourenço