Nos últimos tempos, o poeta e escritor Nuno Garcia Lopes entrega
poemas quentinhos ao domicílio todas as manhãs no Facebook e
youtube. “Como pão para a boca” é uma rubrica que pretende oferecer um momento de satisfação àqueles que estão privados do acesso às bibliotecas e aos outros espaços culturais, mantendo a “padaria” aberta pelo menos enquanto houver confinamento.
Como surgiu esta ideia e quais os objetivos da mesma?
Na verdade, surgiu há uns três anos, quando comecei a idealizar o meu primeiro espetáculo de poesia a solo. E quando ele estava quase pronto para lançar, há um ano atrás, veio o confinamento, os noticiários só com notícias covid e a minha vontade de oferecer às pessoas uma dose diária de cultura que lhes abrisse também uma janela de esperança. Nasceu assim o “Antivírus”, iniciativa do Município de Tomar que contou com muitos dos nossos melhores músicos, actores, artistas e gente das coletividades. Um ano depois, juntou-se a essa mesma vontade uma necessidade imperiosa de fazer aquilo de que gosto tanto como escrever: ler para os outros.
Porque se chama “Como pão para a boca”?
Ao contrário de Tomar, em que iniciativas como o “Antivírus” e o “Tomar ComVida” deram um sinal claro de que a cultura continuava a ser encarada pelos poderes públicos como um bem de primeira necessidade, no panorama nacional nem sempre houve essa perceção, com os livros em particular a serem confundidos com mercadorias genéricas. Por isso, achei que as pessoas
precisavam de poesia como de pão para a boca. Um título que se presta ele próprio a uma vasta imagética, começando pela ideia de que podemos deixar o saco do pão à porta todas as manhãs (nas nossas redes sociais) e receber ali um mimo diário.
– Leia a entrevista completa na edição que vai para as bancas a 1 de abril