Num ano atípico como o de 2020 devido à pandemia da COVID-19, a ADIRN – Associação do Desenvolvimento do Ribatejo Norte, não deixou de trabalhar para o desenvolvimento rural e a melhoria de vida das populações dos territórios do Ribatejo Interior. Nesta entrevista, Jorge Rodrigues, coordenador deste Grupo de Ação Local, faz um balanço da atividade, sublinhando a resiliência evidenciada pelo território do Ribatejo Norte.
Jornal Cidade de Tomar – Que balanço faz de 2020 e como é que se desenrolou o trabalho da ADIRN este ano?
Jorge Rodrigues – Desde março que perdemos um pouco da nossa metodologia habitual de trabalho. Tradicionalmente, estamos muito próximos
do território, do terreno, dos produtores e da população residente e isso tornou- se mais complicado. Estivemos quase sempre abertos durante estes meses, à exceção de um período muito curo de teletrabalho e outras alturas em que tivemos condicionamento de atendimento ao público. No entanto, as áreas que fazíamos de dinamização e animação do território foram feitas de uma forma de menor dimensão e mais espaçadas. As atividades de cooperação foram suspensas e aqui houve uma alteração muito grande. Mas, de um modo geral, fomos cumprindo os nossos objetivos principais.
Tais como… Desde logo a aprovação de projetos do PDR2020, da parte do DLBC que continuou a funcionar. Durante este ano de 2020 concluímos a aprovação da totalidade das verbas que tínhamos disponíveis para este quadro e, no caso do PDR da parte rural, até a ultrapassamos com o compromisso da aprovação da Valorização das Aldeias, a última ação que lançamos a concurso e que teve uma adesão enorme por parte das freguesias e dos municípios e aí esgotamos toda a nossa dotação. Aguardamos, aliás um reforço para podermos financiar todos os projetos aprovados. Relativamente ao SI2E, ultrapassamos largamente os valores disponíveis para o nosso território. Conseguimos que a CCDR Centro, através do Programa Operacional do Centro 2020, reforçasse
essa verba e estamos na fase de execução. Há muitas empresas que, apesar dos atrasos, estão a implementar os seus projetos. E tivemos neste final do ano, por causa da urgência da retoma da economia, um novo programa que se
chama + Coeso, que tem uma vertente do interior, uma vertente urbana e uma vertente social. Já concluímos a análise da vertente interior, com muitas candidaturas aprovadas, muito mais do que a dotação. Segue-se a aprovação das candidaturas do + Coeso Urbano, temos 83 candidaturas e vamos tentar
propor que sejam aprovadas 3 milhões de euros. Para que todas as que tenham uma análise positiva tenham financiamento o que era muito bom para o nosso território uma vez que iriam ser criados novos postos de trabalho.
A nível de projetos submetidos a fundos comunitários, não houve diminuição, pelo contrário…
Sim, até houve mais pressão para dar resposta rápida para que os financiamentos chegam mais depressa às pessoas e, nesse sentido, acabou por funcionar bem nos moldes de captar a maior parte de apoios possíveis para o nosso território e esperamos agora que, nomeadamente com o + Coeso, que
isso seja assumido por parte do organismo financiador
E em relação à cooperação?
Nós temos 10 projetos de cooperação em curso e todos eles ficaram em standby. O único que conseguimos concluir foi o “Rural Flavours”, com uma visita à Finlândia em março. Foi a última deslocação que fizemos. Vai ser lançado, no próximo ano. No nosso caso, nas duas páginas a que temos
direito, são desenhos de crianças do Centro de Recuperação Infantil de Ferreira do Zêzere (CRIFZZ). Todos os eventos e deslocações previstas foram adiadas, esperamos que seja possível retomar, pelo menos a partir do segundo
semestre do próximo ano.
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