Jorge Rodrigues é o presidente da AETCB – Associação dos Empresários de Turismo do Castelo de Bode e esteve nos estúdios da Rádio e Jornal “Cidade de Tomar” a fazer um balanço da atividade da associação, criada há três anos e com cerca de 30 associados, registando que este verão a albufeira recebeu mais turistas do que em anos anteriores porque a pandemia levou as pessoas a procurar destinos mais sossegados, de interior. A associação vai continuar a trabalhar no desenvolvimento de produtos turísticos para que este seja um destino procurado ao longo de todo o ano.
Jornal Cidade de Tomar – Em ano de pandemia, o Castelo de Bode teve uma adesão significativa de turistas, até maior que nos outros anos. O que contribuiu para isso?
Jorge Rodrigues – De facto, o Castelo de Bode teve muita animação, muita atividade neste verão. São cinco concelhos, do lado de cá, Tomar, Ferreira do Zêzere. Do lado de lá, Abrantes, Vila de Rei e Sertã. São os concelhos em que nós temos associados e são os concelhos que estão a envolver o Castelo de Bode. O que aconteceu neste verão foi realmente – não diria uma surpresa, porque o caminho da notoriedade do Castelo de Bode, já não é de agora – mas juntando este facto do Castelo de Bode ter vindo a ser trabalhado desde há alguns anos (em termos promocionais e de organização do produto turístico e de criação de novas empresas) a esta condicionante derivada da pandemia, o que levou as pessoas a procurar destinos mais sossegados, mais de interior, com unidade turísticas de menor dimensão. Com a conjugação destes fatores todos, de facto de julho a setembro, houve uma ocupação maior do que nos anos anteriores no Castelo de Bode.
A associação foi criada há 3 anos e conta com cerca de 30 associados atualmente. A criação da associação teve como base criar sinergias entre os agentes económicos?
Sim. Neste território, nesta envolvente de albufeira de Castelo de Bode, existe um conjunto de microempresas que, na sua maioria são pequenas empresas, e que por si só tinham dificuldade em se afirmar, em fazer a sua promoção. A ideia de organizar em rede surgiu há três anos. Os empresários juntaram-se, sentiram que era importante fazer um trabalho junto das instituições, para serem mais reconhecidos e mais apoiados na promoção destes territórios, que na maioria dos casos é de baixa densidade. Também ainda ao nível institucional, existem algumas limitações, como em qualquer atividade, nomeadamente pelo facto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tutelar a utilização do espaço e também entendemos que seria útil uma voz, um interlocutor junto de quem tutela e permite ou não as atividades turísticas. Depois, necessitávamos de comunicação, promoção, de fazer o trabalho em rede, ou seja, complementar as ofertas uns dos outros relativamente aos associados e digamos que estes três motivos foram a base essencial para a constituição da associação.
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