No ano em que celebramos o quinto centenário do nascimento de Camões, “A fitodiversidade na obra poética de Camões” foi o tema da 20.ª edição da Biodiversidade, evento promovido pelo Agrupamento de Escolas Nuno Santa Maria (AENSM), com o professor Jorge Paiva, no passado dia 8 de novembro, na biblioteca municipal, seguido do Jantar Lusitano, na Escola Secundária Santa Maria do Olival. Marcaram presença no evento, o Secretário de Estado da Administração e Inovação Educativa, Pedro Cunha; o Delegado Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo, Pedro Florêncio; o presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão, e a diretora do agrupamento de escolas, Celeste Sousa, entre outras individualidades.
Antes da palestra, alunos do Ginásio Clube de Tomar fizeram uma pequena apresentação e foi, também, oferecido por uma aluna, um quadro realizado por si, a Jorge Paiva com uma pintura do professor. Durante o jantar houve também momentos musicais e poesia com a participação de alunos. Os alunos da escola, vestidos a rigor à época camoniana, circulavam pelo espaço do jantar, espaço, aliás, muito bem decorado. Os alunos de Multimédia da escola também estiveram presentes para “mais tarde” se poder recordar esta edição da biodiversidade.
No fim da palestra, muito apreciada pelos presentes, seguiu-se o tradicional Jantar Lusitano, no qual os participantes puderam degustar pão de castanha, presunto de porco-bísaro e de porco-preto, queijo de cabra, bolotas, castanhas, pinhões, avelãs, medronhos e camarinhas; caldulo, ou paparote de saramagos, coelho-bravo, javali, pato-bravo, porco-preto e veado, salada “Jorge Paiva” (13 espécies de plantas nativas de Portugal), puré de maçã, castanhas com cogumelos, castanhas e bolotas assadas, maçã bravo-de-esmolfo, maçã camoesa, pudim de castanhas, requeijão com geleia de mirtilos, sidra, água, licores diversos e café de chicória 100%.
Em declarações ao “Cidade de Tomar”, o professor Jorge Paiva destacou esta iniciativa como uma “atividade monumental que mexe com muita gente, este é um jantar que não se come em lado nenhum”. Questionado sobre se ao fim de 20 edições, a sua mensagem passou para os mais novos, Jorge Paiva considera que “não passou, para mim é uma desilusão, não só aqui, em mais de 2500 palestras que fiz em escolas sobre os problemas ambientais, os alunos ficam entusiasmados, mas passados dois, três anos, com o bombardeamento que têm para o consumismo, esquecem tudo, o que lamento”. Questionado, ainda, sobre qual a palestra que destacaria ao fim de 20 anos, referiu esta última, a de Camões, porque “é uma palestra cultural, se calhar vou fazer palestras culturais em vez das relacionadas com a educação ambiental. Camões era um lírico e eu fui um lírico em acreditar que poderia ter mudado alguma coisa”, salienta.
Esta ideia não é compartilhada por Celeste Sousa, diretora do AENSM, referindo que “chegámos ao fim de um ciclo, fazer 20 edições desta natureza já foi uma coisa muito grandiosa e, contrariamente ao que o professor diz, em tantas edições ele alertou para os perigos da perda da biodiversidade, mostrou a todos a importância em mantermos a biodiversidade, que eu penso que algo ficou, eu acredito nisso. Mas, face aos fenómenos que estamos a assistir, a sensação que dá é que estamos cada vez pior e, realmente, estamos se as pessoas não fizerem nada para melhorar. Por exemplo, nós aqui na escola não temos garrafas de plástico, cada um traz as suas e nem imaginam a pressão por parte de alunos e até dos pais sobre isso e que não devia ser assim. As pessoas deviam era aplaudir e perceber que estamos a reduzir os plásticos na natureza”. (…)
Notícia completa na edição impressa de 15 de novembro.