As declarações do treinador Nuno Lopes e do presidente Ivo Santos, no final do embate – arbitrado por Sílvia Coelho e Paulo Almeida – entre o Sp. Tomar/IPT e o Ó. Barcelos (3-4), no passado dia 6 de março, levaram à abertura, pelo Conselho Disciplinar da Federação de Patinagem de Portugal, de dois processos disciplinares.
Esses processos resultaram agora em castigos severos para os dois responsáveis do clube leonino.
As palavras do presidente Ivo Santos – nomeadamente sobre uma falta, considerada inexistente, assinalada contra a equipa tomarense nos segundos finais, que acabou por dar origem a um livre direto, do qual resultou o golo da vitória da equipa visitante – mereceram a aplicação, pelo citado órgão federativo, de uma multa ao clube de 665 euros. É a primeira multa da época por críticas… que não têm faltado, mas na forma de comunicados!
Nuno Lopes foi punido com cinco jogos de suspensão. Ou seja, o treinador vai ficar fora do banco na receção ao Riba D’Ave, na última jornada da fase regular, e nos dois primeiros jogos dos quartos de final do play-off (diante de Ó. Barcelos ou Sporting).
Caso seja necessário um terceiro jogo, o Sp. Tomar/IPT também não contará com Nuno Lopes no banco. E se passar às meias-finais, o treinador ficará na bancada no primeiro ou mesmo nos dois primeiros jogos.
Se a equipa tomarense for afastada nos ‘quartos’ em dois jogos, o castigo ao técnico estender-se-á às duas primeiras jornadas da 1.ª Divisão da próxima época.
Recorde-se que o processo a Nuno Lopes pelas declarações em Viana do Castelo – sobre a presença de ‘público’ nas bancadas – tinha sido arquivado. No entanto, desta vez viu ser-lhe aplicada a maior punição a um treinador esta época: cinco jogos de suspensão e ainda uma multa de 332.50 euros.
Entretanto, nas respetivas páginas pessoais de Facebook, Ivo Santos e Nuno Lopes já reagiram aos castigos que lhes foram aplicados.
Ivo Santos recorda o título de uma entrevista da árbitra Sílvia Coelho ao jornal ‘O Jogo’: “Pressão? Todos sabemos o peso de quatro ou cinco clubes”.
O presidente do Sp. Tomar deixa quatro perguntas: a afirmação é verdadeira?; se sim, quem exerce pressão?; quando exerceram pressão?; de que forma fazem pressão? Diz ainda que está a aguardar a “abertura de processo”.
Nuno Lopes também publica um significativo texto: “É com enorme sentido de responsabilidade que partilho uma notícia que outros poderiam querer esconder por vergonha; ao contrário, deixo aqui com sentido de dever cumprido, os atletas que treino e o clube que represento merecem todo o meu esforço na defesa do nosso trabalho e do nosso profissionalismo. Ensinaram-me um dia, e como tenho eu testemunhado esta expressão: “se quiseres conhecer alguém, então dá-lhe poder”. Castigado no mês de Abril, no dia que faleceu o único político que assumiu uma derrota neste país. Muito obrigado a quem me têm transmitido os valores que não se compram, aprendem-se e ensinam-se. Contem connosco, os play-offs estão a chegar, por direito próprio e vindos de uma ‘liguilha’ para mais tarde recordar, nós vamos lá estar com o máximo empenho e determinação. Que venha o adversário”.