Vila de Rei recebe ‘luz verde’ do Infarmed para cultivo de canábis
A farmacêutica internacional Cann10, que pretende instalar em Vila de Rei uma fábrica de produtos medicinais à base de canábis, recebeu um primeiro parecer favorável do Infarmed para cultivo, importação e exportação de canábis, anunciou presidente do município, Ricardo Aires.
O Infarmed “deu parecer positivo ao pedido para cultivo, importação e exportação de Cannabis Sativa L por parte da farmacêutica Cann10-Portugal, que pode assim avançar para a implementação de uma unidade fabril em Vila de Rei”, com vista à transformação e produção de produtos farmacêuticos, informou o município do distrito de Castelo Branco.
Segundo um comunicado da autarquia, o Infarmed vai dentro de seis meses realizar “vistorias às novas instalações da farmacêutica, a instalar no Lote 1 da Zona Industrial do Souto, de forma a garantir o cumprimento das Boas Práticas Agrícolas e de Colheita (GACP) e demais requisitos decorrentes da atividade, para a concessão da autorização para cultivo, importação e exportação da espécie vegetal Cannabis Sativa L”.
No âmbito deste processo, e ainda em análise pelo Infarmed, encontra-se o pedido para a transformação de canábis em produtos farmacêuticos, a implementar igualmente na unidade de Vila de Rei.
“Com este último parecer a ser também aceite, a Cann10-Portugal vai efetuar em Vila de Rei um investimento total na ordem dos 10 milhões de euros, com previsão de contratação de 100 trabalhadores, sendo a maioria qualificados com título académico superior, no prazo máximo de quatro anos”, informa a nota da autarquia.
O presidente do município, Ricardo Aires, citado no documento, disse que “este primeiro parecer positivo do Infarmed é um passo importantíssimo naquele que será um investimento com enorme peso no desenvolvimento económico, atração de mão-de-obra qualificada e fixação de população no interior” do país.
Em declarações à Lusa no final de 2018, Yair Sayag, presidente da Cann10-Portugal, disse que o investimento a efetuar em Vila de Rei iria permitir “executar os serviços de produção, importação, exportação e transformação de ‘medical cannabis sativa’ com vista ao fabrico de produtos fitofarmacêuticos” a partir da zona centro do país.