Há quarenta e dois anos que um grupo de amigos se reúne sempre no dia 8 de dezembro num almoço-convívio confecionado pelos próprios, onde a ementa nunca varia – couves, batatas e bacalhau, como prelúdio da ceia de Natal.
Começaram por realizar os encontros, na Soianda, de onde é natural o Hélder Henriques, seguiu-se Carvalhos de Figueiredo, em casa do Joaquim Nunes e em casa do Manuel Eugénio, no Casal da Atalaias, em Casa do Fernando Ribeiro, no Caniçal em casa do António Freitas, na Bairrada (São Pedro) em casa do Joaquim Antunes, no Lugar da Estrada (São Pedro) em casa do Salvador e este ano foi no Casal da Sobreira (Asseiceira) em casa do Teotónio Rola. Iniciam os preparativos com a convocação do pessoal, os utensílios imprescindíveis a utilizar e os géneros a comprar, não esquecendo “a bucha” a meio da manhã. Distribuem tarefas e cada um tem a obrigatoriedade de as realizar, para à hora marcada não se ficar a olhar para o prato. Muitas mantêm-se inalteráveis de ano para ano, pois são atribuídas a conhecedores do ofício. Também há regularmente comensais convidados para se associaram a este momento gastronómico.
Este é um grupo de amigos que teve a sua origem a partir dos encontros junto à esquina da antiga Primorosa, na Corredoura, local de referência e de observação privilegiada sobre quem descesse à cidade. Foi o António Henrique da Graça (o Tonito), já falecido em 2002 e que hoje contaria 89 anos se fosse vivo, o suporte do grupo e na altura, o elemento mais velho. Foi ele o seu fundador e era com ele que todos sentiam a amizade fortalecida. Calmo, brincalhão, sempre pronto a contar uma peripécia da vida, uma anedota ou uma bisbilhotice do Bairro das Flores e também disponível para acompanhar um copo na Flocha, no Patrício ou no Matreno. (…)
Hélder Henriques
Notícia completa na edição impressa de 15 de dezembro.