O Serviço de Diabetes e Obesidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) acaba de introduzir o Sistema de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina (PSCI) que é, atualmente, o tratamento mais eficaz e que permite uma vida com maior qualidade de vida e conforto para pessoas portadoras de Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1). O projeto iniciou-se com quatro utentes do CHMT, sendo que em janeiro de 2024 estão previstos aderir este inovador recurso terapêutico oito novos utentes do Médio Tejo com DM1.
Este tratamento é realizado através de uma “Bomba de Insulina Automática” que funciona como um “pâncreas artificial”, administrando insulina de forma contínua, por meio de uma cânula subcutânea. Este método realiza ajustes automáticos com base na monitorização contínua de glicose, eliminando por completo a necessidade de serem realizados testes de “picada no dedo” e prevenindo ataques de hipoglicemia e hiperglicemia que são condições que podem levar a vida da pessoa com a estar em risco. Mais qualidade de vida e menos necessidade de recurso aos serviços de saúde são as vantagens mais evidentes do PSCI.
A equipa da Consulta de PSCI do CHMT, coordenada pela médica do Serviço de Diabetes e Obesidade Ana Rita Cardoso, é composta por dois médicos, duas enfermeiras e uma nutricionista. Esta equipa especializada recebeu formação específica ao longo de dois anos, incluindo cursos na Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) e nos Centros Colocadores de Beja e Viseu.
A formação é estendida aos utentes, com um programa de quatro dias que abrange sessões teóricas e práticas, gestão da perfusão de insulina, aplicação de cateteres e sensores, e gestão de intercorrências, ministrado pelos profissionais da equipa. O acompanhamento telefónico garantido 24 horas e o manual de utilizador personalizado reforçam o suporte aos utentes durante a utilização do sistema inovador que passa a estar disponível à população do Médio Tejo.
Nas três unidades hospitalares do CHMT, são acompanhados mais de 1800 utentes com diabetes. Portugal é, de entre os países europeus, aquele que regista uma das mais elevadas taxas de prevalência da diabetes: cerca de 13,3% da população portuguesa entre os 20 e os 79 anos de idade tem diabetes – e mais de 40% dos casos não estão diagnosticados. Calcula-se que serão cerca de 30.000 as pessoas que vivem no nosso país com diabetes tipo 1, sendo que este número tem vindo a aumentar consideravelmente nos últimos anos.