Hugo Cristóvão, 45 anos, é presidente da Câmara Municipal de Tomar desde 1 de outubro de 2023. O Jornal e a Rádio “Cidade de Tomar” entrevistaram o novo líder autárquico, que revelou que o dossier da habitação é a sua principal prioridade.
CT – Esta nova responsabilidade que assume enquanto presidente da Câmara de Tomar seria algo que poderia acontecer. Era também um objetivo para si, que chega mais cedo?
Hugo Cristóvão – Eu sei que, na última campanha, principalmente o maior partido da oposição falou nisso como sendo um dado certo, mas a verdade é que até finais de maio deste ano essa questão nunca esteve em cima da mesa. Mas Anabela Freitas recebeu um convite, foi uma situação repentina, que aproveitou e fez bem. Anabela Freitas fez 10 anos de presidência de câmara e acho que não ficou a dever à comunidade, antes pelo contrário. Quando os cidadãos votam numa eleição, votam numa equipa e nós, no PS, fizemos sempre muito enfoque nessa questão da equipa. Seremos agora eu, Filipa Fernandes, Hélder Henriques e a Rita Freitas que sobe, uma vez que era o elemento seguinte da lista, com uma visão e representatividade de um eleitorado mais jovem.
Irá haver redistribuição de pelouros?
Sim, naturalmente. Formalmente, Anabela Freitas tinha dois pelouros: a Protecção Civil e a Divisão Financeira, que partilhava muito comigo, porque entendemos que tinha que estar liberta para outras responsabilidades. Aquele em que esteve sempre a 100% foi na Proteção Civil, onde eu tive pouca intervenção. Eu tive sempre muitos pelouros, entre os quais o Urbanismo, Departamento de Obras Municipais ou os Recursos Humanos que são pelouros muito trabalhosos no dia-a-dia. E também o da Habitação, que foi uma pasta difícil e que, como toda a gente sabe, um dos grandes objetivos está tratado, que é a questão do Flecheiro. Nós, mais ou menos, de dois ou dois anos fizemos redistribuição de pelouros pelo que, mesmo que agora Anabela Freitas não tivesse saído, provavelmente até ao final do ano, iriamos seguir essa lógica de equipa.
E agora, qual é a pasta mais desafiante que herda?
Como referi, tenho um conhecimento transversal do município. Aquela pasta que realmente não tenho tanto é a da Proteção Civil pois sempre esteve muito próxima de Anabela Freitas. E, por isso, é aquela que, neste momento, tenho que estudar e trabalhar mais. Mas também é verdade que a Proteção Civil, como aliás noutras áreas, está muito oleada. Houve muito trabalho feito, nomeadamente no primeiro mandato, e hoje temos uma chefia que é profissional e que também alivia muito a responsabilidade dos eleitos. Recordo que quando entrámos em 2013, percebemos que a questão da Protecção Civil e Bombeiros precisava de uma grande mudança, nomeadamente na forma como era olhada. Eu uso muitas vezes esta expressão, que os Bombeiros tinham que deixar de ser olhados como uma Associação Cultural e Recreativa, que era o que se passava. E isso trouxe mudanças que, inicialmente, conheceram resistências. O que aconteceu, no início de setembro, em Tomar com a Celebração do Dia Nacional do Bombeiro Profissional e a entrega nessa cerimónia do colar de mérito da Associação de Bombeiros à presidente e à câmara foi importante pelo simbolismo que carrega: o reconhecimento do que Tomar fez pelo seu Corpo de Bombeiros e que tem servido de exemplo para outras corporações. E, portanto, hoje temos um corpo de bombeiros que está mais profissional, mais apto e que, naturalmente, tem bombeiros voluntários, mas que não está dependente deles, como entendemos que não deve estar. (…)
Elsa Ribeiro Gonçalves/Elsa Lourenço
Uma entrevista para ler na íntegra na edição impressa desta sexta feira.