Elsa Ribeiro Gonçalves (Reportagem)
Gabriel Antunes (Foto)
No Acampamento Flecheiro chegaram a viver cerca de 250 pessoas de etnia cigana, de 60 agregados familiares. Última barraca foi demolida no dia 1 de agosto naquele que foi considerado um “marco” para a cidade e concelho.
1 de agosto de 2023 é a data que marca o fim do denominado “Acampamento do Flecheiro”, onde durante mais de meio século viveram muitas famílias de etnia cigana em Tomar.
Foi neste dia que foi demolida a última barraca que se encontrava ainda no local, considerado durante muitos anos como “um mau cartão de visita” do concelho, já que se situava numa das principais entradas da cidade.
Um processo que levou 9 anos a ficar concluído (a primeira barraca foi demolida em 2014) e que envolveu o realojamento de cerca de 60 agregados familiares, num total de 250 pessoas. Antes da demolição desta barraca, onde vivia Manuela Pascoal e o marido, uma visita ao interior da mesma – igual a muitas outras que ali estavam – deu para perceber as condições precárias em que, durante 50 anos, viveram estas pessoas.
Neste dia, “que considerou como um marco histórico para a nossa cidade e concelho”, Hugo Cristóvão, vice-presidente da autarquia, convidou para estar a seu lado muitos elementos da equipa que trabalhou neste processo, salientando ainda o apoio da União de Freguesias de São João Baptista e Santa Maria dos Olivais nas questões da habitação. “Este dia a que chegamos não seria possível sem muitas pessoas a trabalhar. Na verdade, não se trata apenas de habitação, o processo de integração é muito mais do que isso. Da Educação à Saúde, a PSP que esteve sempre presente connosco, Segurança Social, este foi um trabalho em rede, no âmbito da nossa rede social”, salientou.
“Quando eu e Anabela Freitas entramos para a governação, em finais de 2013, tínhamos alguns objetivos e este era o mais óbvio de todos: a questão do Flecheiro, o que aqui se passava em termos sociais, mas também aquilo que representava em termos de uma não reabilitação urbana e de um péssimo postal para a nossa cidade e concelho e numa zona de excelência”, começou por referir.
– Reportagem desenvolvida na próxima edição