A professora do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), Eunice Lopes, esteve à conversa com Carlos Gonçalves, no programa Tomarlugar, da Rádio Cidade de Tomar. Professora do Instituto Politécnico, cidadã sensível pelas coisas simples e importantes para as pessoas e sua terra, com quem desenvolve uma ligação intensa e de grande disponibilidade. Venceu a edição 2021 dos Prémios de Formação Turística em Portugal (Hospitality Education Awards – HEA) na categoria Melhor Carreira de Docente no Ensino Superior e a sua principal missão é formar mais e melhores profissionais e também pessoas.
– Natural de Tomar, como é que foi a sua infância?
– Nasci em Tomar, mas moro na zona rural, a 15 quilómetros de Tomar, onde sempre vivi. Fui criada junto dos meus avós, dos meus pais e familiares na zona rural, por isso sou uma pessoa ligada à terra. Na infância lembro-me de a minha mãe andar a regar os campos de milho e eu ocupava-me a observar as formigas, os grilos, a fazer bonecos com o barro… Sempre fui muito ligada à natureza, à terra, ao mundo rural e é aí que me sinto bem.
– Essa ligação à terra é algo marcante?
– Sim, desenvolve o sentido de observação, de sensibilidade, o que contribuiu para a escolha da minha licenciatura em Conservação e Restauro, pois o sentido de observação da obra de arte e da sua reintegração é muito importante. Após a licenciatura fiz o Mestrado na Universidade Nova de Lisboa em Museologia e Património e, mais tarde, o Doutoramento em Antropologia. Mais tarde, o meu foco passou a ser o turismo e é preciso ter esta sensibilidade, pois, como costumo dizer aos meus alunos, o mundo é o laboratório do turismo.
– De facto, o turismo vive de milhões de pequenas empresas e há uma especificidade em cada uma delas…
– Há uma grande heterogeneidade, quer do lado da procura, quer do lado da oferta. O turismo é uma rede complexa, é a área que mais integra todas as outras áreas e tem a sua aplicabilidade nos territórios, pois cada região tem as suas especificidades. O turismo é um fenómeno que às vezes se torna controverso porque tem essa teia de diversas especificidades.
– Aquando da realização da sua licenciatura, a proximidade ao IPT foi importante?
– Quando tirei a licenciatura comecei logo a trabalhar como encarregada de trabalhos e, para seguir a docência, fui realizando complementos à profissão. Como já disse, entretanto, fui para a Universidade Nova onde fiz o Mestrado e depois o Doutoramento. O estágio do curso foi feito no Laboratório de Pintura e no de Madeira, no IPT, durante as férias e comecei a trabalhar como encarregada de trabalhos, advindo desses estágios nos laboratórios, que correram muito bem. (…)
Carlos Gonçalves
Entrevista na íntegra na edição impressa de 21 de abril.