Decorreram, entre o dia 7 e 10 de abril, as Festas do Concelho e Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Constância, festas que para além da parte religiosa, com procissão, bênção dos barcos e das viaturas, na segunda feira, contou com muita animação durante os quatro dias de festejos. Como é tradição, o evento contou com as tradicionais tasquinhas, mostra de artesanato, doçaria, tarde de folclore, Prémio de Atletismo e a participação de artistas nacionais, nomeadamente David Antunes & Midnight Band, David Carreira, Jorge Guerreiro e Bárbara Bandeira. As festas culminaram com um espetáculo de fogo de artifício.
Na sua intervenção, na cerimónia de abertura, na sexta feira, dia 7 de abril, o presidente da Câmara Municipal de Constância, Sérgio Oliveira, abordou as origens da Festa de N.ª Sr.ª da Boa Viagem, “festa que nasceu há mais de 200 anos com um grupo de marítimos aliados a uma Confraria que já existia em honra de N.ª Sr.ª da Boa Viagem e, tendo em conta que a imagem que existia estava na Igreja de S. Julião num papel secundário, juntaram-se e pediram para construir um altar na Igreja de N.ª Sr.ª dos Mártires, igreja que, até essa altura, estava sob a égide da Rainha D. Maria I e da respetiva Confraria de N.ª Sr.ª dos Mártires”, disse, avançando que a Rainha “autorizou a colocação do altar na Igreja de N.ª Sr.ª dos Mártires, hoje a nossa Igreja Matriz”.

Disse ainda o presidente da câmara que “a primeira referência que existe da devoção a N.ª Sr.ª da Boa Viagem data do ano de 1788, época em que a principal atividade do concelho, em especial da vila, era o transporte marítimo, as auto-estradas eram os nossos rios, rios onde não existiam barragens, onde o conhecimento científico e tecnológico era reduzido, o que tornava a atividade marítima perigosa. Conscientes da perigosidade da sua atividade, mas também da necessidade dos rios terem água suficiente que assegurasse a navegabilidade, todos os anos, na segunda feira a seguir à Páscoa, acorriam a Constância marítimos de vários pontos da nossa região para pedir bênção e proteção a N.ª Sr.ª da Boa Viagem”.

Referiu-se ainda o autarca a alguns momentos pelos quais a Festa passou, pois “com o advento do transporte rodoviário e ferroviário a atividade marítima entrou em decadência na segunda metade do século XX. A festa foi-se mantendo com altos e baixos, até que de forma a evitar que pudesse desaparecer, nos finais dos anos 80, a câmara, em conjunto com as forças vivas do concelho, revitalizou as mesmas, introduzindo a parte pagã, altura em que surgiram as tasquinhas, os concertos, o grande Prémio de Atletismo, a tarde de folclore, as ruas floridas, a mostra de artesanato e de doces. Com isto, a Festa ganhou outro fôlego”, salientou. (…)

Foto dos barcos da autoria de José Ribeiro
Notícia completa na edição impressa de 14 de abril.