O Ciclo Cantar Natal 2022, da Canto Firme, termina, no próximo sábado, dia 7 de janeiro, com o XXXVII Concerto de Reis, que tem início às 16h00, na Igreja de Santa Maria do Olival, concerto que contará com o Coro Misto Canto Firme, o Coro Vozes Brancas da Canto Firme, Ensemble de Metais da Canto Firme e a Orquestra da Amizade. O Jornal/Rádio Cidade de Tomar falou com o maestro António de Sousa sobre este concerto, uma tradição que teve início há já muitos anos.
Numa organização da Canto Firme, o Cantar Natal teve início, segundo o maestro António de Sousa, após uns cursos que tiveram lugar na associação. “No primeiro ano fez-se o Cantar Natal que terminava com um Concerto de Reis, isto no mandato do ex-presidente Pedro Marques. No ano seguinte, a câmara sugeriu a continuação e criou-se um ciclo com a ideia desde o início de revitalizar, pois, na data, ninguém cantava os Reis e pretendeu-se revitalizar a tradição das músicas de Igreja e de Natal”, refere.
Recorda o maestro que, na data, o evento incluía também o madeiro (a fogueira), o que acontecia na Praça da República, frente à Igreja de S. João Baptista. O concerto tinha lugar no interior da Igreja e, depois, os Reis cantavam-se na rua, frente à câmara. Recorda António de Sousa que o segundo verso da música dos Reis dizia: “Vimos pedir aos senhores se os Reis nos deixam cantar”, numa alusão aos “senhores da câmara”.
“Foram momentos bem passados”, considera António de Sousa, explicando que “a pouco e pouco o evento ficou muito organizado, com muitas pessoas e depois havia o transporte dos grupos de folclore, a colocação de barraquinhas… e a tradição do madeiro deixou de se realizar”.
Sobre ainda a tradição de cantar os Reis, refere o maestro que “em Tomar cantam-se os Reis e não as Janeiras. Após investigação com base em entrevistas a várias pessoas, descobriu-se que os Reis e as Janeiras estavam relacionados com a apanha da azeitona, depois da apanha da mesma é que se começava a cantar os Reis, aqui nesta zona, noutros sítios era mais cedo e cantavam-se as Janeiras, são aspetos culturais”. No sábado, no Concerto de Reis, tal como é tradição, o mesmo será feito “com música da época, litúrgica, canções de Natal mais ou menos conhecidas, a temática é sempre o Natal com reportório litúrgico de todas as épocas, desde o século XIII, XIV até mais atual.
Ana Isabel Felício/Elsa Lourenço