O “Vê Portugal” – 8.º Fórum de Turismo Interno decorreu em Tomar, entre os dias 6 a 9 de junho 2022. O tema desta edição foi “A Era pós-Covid-19 e o Turismo: olhos postos no futuro”, numa organização em estreita parceria com o município e com o apoio do Turismo de Portugal e do Instituto Politécnico de Tomar. O Jornal/Rádio Cidade de Tomar falou com Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal sobre este fórum e sobre a importância da região do Médio Tejo no âmbito do turismo.
Cidade Tomar – Ouvimos, recentemente, o Dr. Pedro Machado, aquando da inauguração de uma unidade hoteleira, a afirmar que o país e a região estão quase a atingir os valores, no âmbito do turismo, de antes da Covid-19…
Pedro Machado – Sim, de facto, e os dados de abril do Instituto Nacional de Estatística (INE) vieram confirmar isso. Crescemos 15 mil dormidas no acumulado entre aquilo que eram os dados comparativos de abril de 2019, e em 2022, de facto, esse valor foi superado. Em fevereiro de 2022 superámos também os dados comparativos com os números de 2019, tendo mais cinco mil dormidas no total, em fevereiro, e mais 15 mil dormidas no total, agora em abril, o que está muito em linha com aquilo que é a oferta, quer aqui em Tomar, quer no Médio Tejo, ou seja, espalhado um pouco pela região, sublinhando-se, claramente, a procura por um turismo ativo, turismo natureza, experiências ao ar livre, espaço físico disponível com cada vez mais hotéis mais pequenos em vez dos grandes hotéis.
– Esta procura já existia ou veio com a Covid?
– Esta procura já existia, mas foi, do nosso ponto de vista, não agravada, mas aumentada por força dos impactos da Covid.
– Também devido à pandemia, aumentaram as escolhas por férias no interior. Será uma tendência para manter?
– Sim, isso é o que se está a verificar, assim como a tendência de crescimento que estamos a ter agora. Os dados de fevereiro ou de abril de 2022 mostram que quem já procurava este destino, as nossas barragens, as nossas bacias hidrográficas, as nossas praias fluviais, como alternativa aos destinos clássicos está cá e voltou. E muitos deles que não conheciam, passaram a vir, muitos influenciados até pelo boca a boca de muita gente que teve uma experiência, mas também porque há aqui um investimento qualificante, hoje temos, nesta percepção, novos alojamentos em linha com aquilo que é a natureza, de turismo em espaço rural, turismo de aldeia e isso faz hoje as preferências dos portugueses que viajam e, felizmente, está a acontecer também com os mercados internacionais. No caso dos mercados internacionais, nomeadamente, religioso, temos aqui a proximidade a Fátima, ainda não estamos com os valores idênticos a 2019, ainda estamos abaixo nos estrangeiros, mas, por compensação, os portugueses estão a viajar mais para o destino Centro de Portugal e para o interior. (…)
Ana Isabel Felício/Elsa Lourenço
Uma entrevista para ler na íntegra na edição impressa de 17 de junho.