Decorreu, a 8 de maio, mais uma edição do Bibliotecando em Tomar, desta vez em formato online devido às circunstâncias de pandemia. Assinalando os dez anos de realização do encontro, abordou-se o tema “Da presença e do exílio – um diálogo”, juntando em mesa-redonda Gonçalo M. Tavares e Maria Filomena Molder, com a moderação de Guilherme d’Oliveira Martins. O encontro foi também ocasião para a apresentação do livro Da construção de uma viagem partilhada/Bibliotecando em Tomar – 10 anos, que pretende guardar para a posterioridade as memórias e os contributos que o encontro tem vindo a trazer para a vida cultural da cidade e da região.
Após as intervenções de Agripina Carriço Vieira, da comissão organizadora do evento, Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar e Guilherme d’Oliveira Martins, presidente da Comissão de Honra, a primeira comunicação esteve a cargo de Gonçalo M. Tavares, um dos mais conceituados escritores contemporâneos portugueses e vencedor de múltiplos prémios nacionais e estrangeiros. De seguida, tomou a palavra Maria Filomena Molder, professora catedrática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e uma das mais importantes vozes do pensamento filosófico contemporâneo em Portugal, com a comunicação “…exilados pelo destino…Dante, Virgílio e Hermann Broch”. A gravação do encontro encontra-se disponível em: https://bit.ly/bibliotecando.
Quanto ao livro estará disponível fisicamente a partir de junho. É uma obra que procura celebrar e deixar para a posterioridade a memória de uma década do encontro que tem vindo a reunir em debate e convívio em Tomar escritores, pensadores e muitos nomes importantes da cultura e da ciência em Portugal. Foi escrito com as contribuições daqueles que ao longo destes dez anos vivenciaram este evento singular no panorama nacional: organizadores, oradores e participantes. Serve, também, de homenagem a alguns dos grandes nomes que já partiram, mas que deixaram a sua marca na história do encontro, como António Pinto da França, o primeiro presidente da Comissão de Honra do Bibliotecando em Tomar, e o escritor e pensador Eduardo Lourenço.
A obra inicia-se com o editorial de Guilherme d’Oliveira Martins, que igualmente dedica um In Memoriam ao embaixador e amigo António Pinto da França. Seguem-se-lhe António Godinho, que recorda a primeira edição e como tudo começou há dez edições atrás, e Agripina Carriço Vieira, com uma reflexão sobre o que tem norteado uma década bibliotecante. Prossegue com a revisitação de cada uma das edições, onde se dá conta dos debates e reflexões que as marcaram, escritos por quem as vivenciou: Graça Barão, Hugo Vaz, Maria Filomena David, José Carlos Lopes, Maria Carla Crespo, Maria Isabel Sousa, Fernanda Henriques, Rogério Marques, Maria de Lourdes Durana e Sílvia Pereira. Seguem-se Agripina Carriço Vieira e Sónia Sofia Bastos, que deixam um agradecimento à família bibliotecante, pelos dez anos de esforços e frutos colhidos, Sara Bento Moucho, que recorda a transversalidade do encontro, patente nos espaços que ocupou e nas intervenções feitas além-fronteiras, e Graça Barão, que deixa os agradecimentos a todos os que têm tornado possível o Bibliotecando em Tomar.